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terça-feira, 27 de março de 2012

Deixa-me gritar em silêncio...


Deixa que no silêncio da noite...o meu corpo seja um regaço de pétalas...que o meu olhar te fale de amor...deixa que a minha solidão descanse no teu peito...que as minhas palavras sejam a melodia que te embala...que os meus dedos se façam alvorada no teu corpo...e a minha tristeza seja um poema por nascer.
Deixa-me adormecer na margem do sonho...na imensidão do tempo...inventar-me e inventar-te dentro de mim...deixa que acorde a noite...que te tenha sem te ter...que te ame sem te pertencer...que esqueça o frio do meu corpo no teu e as tuas mãos percorram a minha ausência...que o infinito seja o cais onde me esperas...a eternidade o lugar onde me deito...vazia de mim.
Deixa-me ser a brisa suave e serena a tocar os teus cabelos...um murmúrio de ilusão...eterna e fugaz rosa negra a tocar o teu rosto...deixa que a lonjura dos meus braços seja o teu eterno abraço...a tua madrugada serena...a tua noite sonhada...a minha ilusão perdida.
Deixa-me ser uma gaivota voando na solidão do entardecer...no limite do tempo...na ilusão da carne...deixa que a minha alma se desprenda de mim e desenhe o teu nome nos muros que me cercam...nas gotas de chuva...no murmúrio do vento...nas pétalas que me afagaram o olhar...no silêncio do meu corpo frio.
Deixa-me dizer-te do amor...da renúncia...dos anseios que se diluem no tempo...dos desejos por cumprir...dos devaneios dos meus sonhos...das lágrimas caídas do meu corpo...das palavras escritas a sangue e cal...esculpidas por dentro do silêncio que escorre das minhas mãos vazias.
Deixa-me dizer-te da ausência...dos gritos suspensos no meu olhar...da ternura que ficou presa nos gestos que pairam na solidão do meu corpo...nas cinzas da memória que trespassam a noite...das sombras...do silêncio das rosas...do azul por pintar...do mar por navegar...do deserto labírintico por dentro de mim.
Deixa-me dizer-te da solidão das gaiolas...da sepultura do tempo...do rio amargurado que corre nas minhas veias...das noites sussurrando desejos...das bocas nascentes de amor...do rio a escorrer dos meus desejos inventados...do grito de amor preso na penumbra do meu corpo...deixa-me falar-te do vento suave que me acariciou...da inquietação das marés...dos sonhos derramados por dentro da noite vazia...deixa-me em cada anoitecer...em cada amanhecer...esquecer o passado e inventar o futuro abraçada nas asas do sonho...no silêncio do vento.
Deixa-me dizer-te...que as rosas que me adornaram estão negras...e eu estou tão nua...tão morta na moldura de um tempo que se recusa a ser tempo...num poente que se recusa a ser sol...num amanhecer que o silêncio guardou...nas ilusões que se perderam de mim.
Deixa-me dizer-te que do ponto mais alto da solidão esperei por ti...nua de mim te esperei como se espera a vida...naufraguei como se fosse barco...amei como se fosse mar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Perguntei ao amor...


Diz-me amor...do sal no meu olhar...do grito mudo...da escuridão
Dos lençóis desfeitos...gelados de renúncia...prenhes de mágoas
Do vestido vermelho tecido a fio de desejo...perfumado de ilusão
Diz-me amor...dos laços do meu cabelo...do sorriso...das lágrimas

Diz-me amor...de que sombras é feito o meu corpo...de que noite
De quantos silêncios é feito o meu grito...de que vazio me enfeito
Em que mortalha os meus braços se envolvem...em que morte
Diz-me amor...de que memórias é feito o vazio do meu leito

Diz-me amor...de quantos passos errantes é feito o  caminho
De que vielas são feitos os medos...de que cinza se faz o amor
De que penas são feitos os sonhos de que cardos se faz o destino
De quantas rosas é feito o desejo...de que lamentos é feita a dor

Diz-me amor...de quantos momentos são os instantes...de que frio
De que noite se faz a madrugada...que farrapos tecem os sonhos
Em que nudez se entregam os corpos...de que carne se faz o cío
Diz-me amor...de que vida...de que morte...se fazem os Outonos

Diz-me amor...de quantas ondas se faz tempestade...de que vento
De quanto mar imenso são feitos os meus olhos...de que escuridão
Em que degraus é feita a descida...quantas mortes tem o tempo
Diz-me amor..com que pena se escreve mágoa se desenha solidão

Diz-me amor...de que muros se faz a partida se esquece a chegada
De que esperas se faz a ausência...que laços tecem a amargura
De quanta treva se faz a sombra...quanta luz escurece a alvorada
Pergunto-te...de quanta dor se faz a lonjura...se olvida a ternura

PELO DIA DA POESIA...DEIXO ESTA ROSA !



quarta-feira, 14 de março de 2012

Quem me procura perdida...



Quem me procura perdida...quem me deixou no corpo sabor a fel
Quem me levou os luares de Agosto...quem me vestiu de solidão
Quem cravou no meu peito este murmúrio...este grito de mulher
Quem escureceu o azul dos sonhos...quem entardeceu a ilusão

Quem mora em mim...quem chora no meu peito este soluço vão
Quem anoiteceu a Primavera...quem me rasgou as fitas...os laços
Quem me deixou no lado errado da vida...o lado negro do tempo
Quem sepultou os meus anseios...me deixou inertes os braços

Quem vestiu de cinzas o meu rosto...levou as flores...a ternura
Quem me calou os gemidos de amor...quem me entregou ao vento
Quem tatuou na minha pele o cansaço...nas minhas mãos a lonjura
Quem me deixou nas vielas negras da vida...nas esquinas do tempo

Quem me deixou caída no chão...sem mim...sem vida...sem norte
Quem me amordaçou o desejo...quem me despiu da pele o amor
Quem me deixou no olhar a ausência...nas mãos prendeu a noite
Quem vestiu na minha noite esta sombra...este lamento de dor

Quem cavou muros no tempo...na minha boca mágoa derramou
Quem me vestiu o manto negro da noite...a madrugada de frio
Quem no meu coração plantou a giesta...quem me abandonou
Quem vestiu meu olhar de nostalgia...os meus braços de vazio

Quem são esses olhos que me olham...tão frios e distantes
Que me vêm sem me sentirem..que me olham sem me ver
Que deixam nos meus o anoitecer...que me olham errantes
Quem me sepultou na penumbra...quem me teve sem me ter

quinta-feira, 8 de março de 2012

Sou um poema em Setembro...



No meu poema...há uma noite vestida de ti...onde te aguardo já serena...despida de Primavera e vestida de Outono...esperei rosa em botão...na claridade de fim de tarde...doce cálice de silêncio...sobre as cinzas do meu corpo derramado...esperando no outro lado de mim...ausente da minha alma...na distância das mãos...no vazio das madrugadas...na voz que foi grito e hoje murmura o teu nome num sussurro...na serenidade do nada...crepúsculo do tempo...sou uma noite em Setembro.
Sou o poema que não leste...as palavras de amor que não disseste...os lábios que não beijaste...o rosto que não acariciaste...as mãos que não sentiste...o afago que não deste...o corpo que não tocaste...sou o pensamento que te leva ao infinito...o abraço perdido na distância...o murmúrio da tua pele...o toque dos meus dedos...dizendo baixinho...meu amor.
Sou o sonho que de noite te visita...sou a madrugada que te beija de mansinho...a mão que te acarícia docemente...sou a lua que pousa suavemente no teu rosto...sou o teu poema...escrevo-te na minha pele...bebo-te no meu olhar...sacio-me no teu desejo.
Sou flor de Outono...sabor a mel...idade madura...poema por escrever...grito de prazer...gemido de amor...sou a loucura que do teu corpo escorre...sou o mar...sou o vento que acarícia as marés...sou o dia que percorre as memórias...sou o corpo no embalo do amor...sou o pensamento...sereno e livre...a asa que pousa em ti...sou o que tu sentes...o teu sonho da madrugada...a boca que sonhas...o teu abraço eterno.
Hoje meu amor...queria dar-te o azul dos meus sonhos...queria escrever-te um poema de amor...falar-te do luar que beijou o meu corpo...das madrugadas que afagaram o meu olhar...das carícias abandonadas no meu cabelo...ser a voz que nos teus sonhos te acorda...que te segreda desejos...as mãos que te percorrem...o sonho que te afaga o corpo...a tua noite...num corpo de mulher vestido de desejo.
Hoje meu amor...queria soltar a loucura que existe em mim...abraçar em ti a madrugada...voar no teu corpo...pousar na tua pele...beijar levemente os teus lábios e deixar em ti todas as palavras do meu corpo...queria ser quem te espera nua no silêncio da noite.
Hoje meu amor...anoiteci tão mulher...tão feita de momentos...com uma saudade louca na minha pele...queria no teu corpo ser mar...nos teus braços ser onda...e nesse embalo descançar depois de uma noite de amor...percorrer o teu corpo no silêncio dos meus lábios.
Hoje meu amor amanheci tão nua...hoje queria ser uma manhã em Setembro.

Para todas as mulheres pelo seu dia...deixo esta prosa de Outono...e esta rosa de Primavera.
E beijinhos com carinho

segunda-feira, 5 de março de 2012

Hoje sou a poeta do dia no Estúdio Raposa, com o meu poema...Morri Ontem meu Amor.


Foi com muita emoção que ouvi declamar o meu poema, pela voz do Luís Gaspar...as minhas palavras ganharam vida...foi um momento sublime...sigam o link e ouçam.
Eu apenas chorei...é tão diferente ouvir as nossas palavras ditas por outras pessoas.
Um beijinho
Rosa


LINK:
http://www.estudioraposa.com/index.php/04/03/2012/rosa-maria-morri-ontem-meu-amor/